Discografia 06 | Discografia Scorpions - Parte 1

Escrever sobre bandas é bem tranquilo, consigo dizer qual álbum é bom ou ruim. Agora escrever sobre sua banda favorita é até covardia, chega até a ser complicado, pois gosto de todos os álbuns, coletâneas, bootlegs, DVDs, qualquer coisa gravada pelo Scorpions. Estava até um pouco receoso há um tempo atrás, quando a banda anunciou que iria se aposentar com o álbum "Comeblack". Mas para minha felicidade e de muitos fãs, a banda anunciou que está com projeto de um novo álbum, depois do sucesso de "Sting in The Tail". Como eu já disse anteriormente, vai ficar cada vez mais difícil encontrar bandas com a qualidade do Scorpions, Whitesnake, Kiss, ACDC, Rolling Stones, e muitas outras com o passar dos anos, afinal o tempo é cruel com as bandas mais antigas. Por isso temos que aproveitar cada álbum, cada DVD, cada show, cada novo lançamento, por que não sabemos se será o último ou não. O Scorpions também não foi um abanda de uma carreira sólida, porém nunca encerrou suas atividades por completo, alguns integrantes foram saindo, outros se integrando, e hoje acredito que eles estejam na sua melhor formação, afinal pude testemunhar isso no Show de 2010 em Curitiba, o melhor show da minha vida, sem dúvida.
Devido a grande quantidade de informações, texto, imagens, vídeos, pela primeira vez, faremos o post Discografia dividido em três partes.

Álbum: Lonesome Crow | Fly to the Rainbow
Ano: 1972 | 1974
Gravadora: Brain Records | RCA
Gênero: Hard Rock, Rock Pscicodélico e Acid Rock
Álbum: In Trance | Virgin Killer
Ano: 1975 | 1976
Gravadora: RCA | Polydor
Gênero: Hard Rock
Álbum: Taken by Force  | Tokyo Tapes
Ano: 1976 | 1979
Gravadora: RCA
Gênero: Hard Rock
Álbum: Lovedrive | Animal Magnetism
Ano: 1979 | 1980
Gravadora: Mercury
Gênero: Hard Rock
Obs: os álbuns não estão a venda.
O Scorpions é uma banda de heavy metal e hard rock originária de Hanôver, Alemanha fundada em 1965 pelo guitarrista Rudolf Schenker, sendo a primeira banda de Hard Rock formada no país germânico. No início eram chamadas de Nameless (aqueles sem nomes), depois passou para The Scorpions até o final de 1969, depois foram chamados simplesmente de Scorpions.Ao longo de sua carreira de mais de 46 anos, eles lançaram dezenas de singles, álbuns ao vivo, compilações e alguns DVDs ao vivo e tem recebido vários prêmios em nível internacional o que torna a banda mais bem sucedida de Hard Rock da Alemanha. Seus álbuns já venderam entre de 100 e 160 milhões de cópias mundialmente.

Formação e os primeiros anos - Lonesome Crow (1972) | Fly to the Rainbow (1974) | Tokyo Tapes (1979)
Como muitos jovens nascidos no pós-guerra na Alemanha, Klaus Meine e Rudolf Schenker foram influenciados pela música importada por soldados americanos. Desde cedo, os dois tinham uma vontade de pegar uma guitarra e formar uma banda. No início de 1960, os Beatles desencadearam uma revolução no âmbito musical.
Scorpions 1965
O grupo começou em 1965, quando o guitarrista Rudolf Schenker começou a procurar músicos para sua banda. Um ano após a criação do grupo, ele deu o nome de "Scorpions", porque ajudaria o grupo a ser reconhecido internacionalmente. No começo ele também era vocalista do grupo, que era composto principalmente por jovens em idade escolar: Wolfgang Dziony (bateria), Karl-Heinz Vollmer (guitarras) e Achim Kirshing (baixo).
Entre 1965 e 1967 no norte da Alemanha, a banda realizava shows tocando covers. Nos meses seguintes, o Scorpions se dedicaram a fazer suas próprias composições e ao contrário de outros grupos de seu país, suas letras são totalmente em inglês, porque era a única maneira de se tornarem conhecidos na Europa Ocidental. Mudanças significativas ocorrem quando em 1969, o irmão mais novo de Rudolf Schenker, Michael Schenker, entrou na banda no lugar de Karl-Heinz, enquanto Klaus Meine se tornou o novo vocalista. Um ano depois, Lothar Heimberg substituiu Achim Kirshing no baixo.
Em 1971 , o a banda gravou três músicas, incluindo "I'm Going Mad" e "Action", que foram lançados apenas na Alemanha. Após a pequena recepção positiva, assinaram um contrato de gravação em 1972 com o produtor Conny Plank, e lançaram seu primeiro LP, o esquisito "Lonesome Crow". Com este álbum, a banda entrou em turnê por 136 dias em algumas cidades da Alemanha Ocidental, abrindo shows para Uriah Heep e Rory Gallagher. Durante essa turnê, a banda também abriu shows do UFO, na qual Michael foi convidado para substituir o antigo guitarrista Mick Bolton, o que foi aceito rapidamente. Uli Jon Roth, amigo dos irmãos Schenker, foi contratado para terminar a turnê como guitarrista.


1972: Michael Schenker, Joe Wyman, Lothar Heimberg,
Klaus Meine, Rudolf Schenker
 Os ingredientes vocais e instrumentais que ao longo dos anos foram se transformar em um típico som do Scorpions, inconfundível, já estavam reconhecíveis, nas linhas de Jimmy Hendrix, Cream e Led Zeppelin. O estilo distintivo Scorpions veio da combinação de duas guitarras, uma fusão de riffs de energia incrivelmente fortes, com solos de guitarra dazzlingly exuberantes. Além da voz marcante do vocalista Klaus Meine com sua entrega altamente expressiva e polida.
Na parceria criativa de Rudolf Schenker e Klaus Meine em Lonesome Crow, a banda tinha finalmente encontrado o caminho para o sucesso internacional.
A saída do Schenker fez a banda se dissolver por um tempo. Mas em 1973, Rudolf e Meine, os únicos remanescentes do Scorpions, convidaram Roth a entrar na banda como guitarrista como na última turnê, mas ele rejeitou a proposta, preferindo ficar na sua própria banda, Dawn Road. Rudolf estava muito entusiasmado em trabalhar com Roth, mas com menos espírito de "reviver" os Scorpions, ele juntou-se a sua banda como um membro ativo. Os outros membros da banda eram o já mencionado Uli Jon Roth na guitarra, além de Jurgen Rosenthal na bateria, Francis Buchholz no baixo e Achim no teclado. Apesar de não querer voltar para a antiga banda, Roth convence Klaus Meine a entrar no grupo. Apesar de ter mais membros do Dawn Road do que do Scorpions, eles decidiram continuar usando o nome do último, por ser mais conhecido no cenário musical alemão. O Scorpions fez neste mesmo ano fez sua primeira turnê europeia, como banda de apoio de britânica Sweet .
Em 1974, o renovado Scorpions assinou um contrato com a RCA Records e lançou quatro álbuns, o primeiro dos quais é "Fly to the Rainbow".
1974: Uli Roth, Francis Buchholz, Klaus Meine,
Jürgen Rosenthal, Rudolf Schenker
Este álbum contém seu primeiro hit, "Speedy's Coming", que foi considerado por Klaus como um exemplo do que queria da sonoridade do Scorpions, "pesado, mas cativante." Após o passeio, os membros da banda se tornam amigos dos ingleses e suas canções, então eles decidem gravar 2 canções para o vinil Fuchs Geh' Voran, que continha canções cantadas em alemão.
O propósito deste projeto só eles poderiam responder, mas, de forma surpreendente e inteligentemente, a banda usa um "pseudônimo": The Hunters. Talvez eles não quisessem associar o nome Scorpions a um possível fracasso ou rejeição, e sendo assim, lançam um compacto contendo duas releituras da banda inglesa Sweet, que fazia muito sucesso na época. São elas: "Fox On The Run", que viria a se chamar em alemão "Fuchs Geh'Voran"; e "Action", que viria a ser "Wenn Es Richtig Losgeht".
Este registro provavelmente é o disco mais raro da história do Scorpions, uma joia rara para fãs e colecionadores do grupo, apesar das canções poderem soar estranhas à primeira audição. É nítido, logo de cara, a familiaridade do DNA dos escorpiões de Hannover, presente no lado A e B, e a harmonia que se consolidaria como perfeita entre os dois guitarristas, Uli Roth e Rudy Schenker, em "Tokyo Tapes". Estava sendo concebida, naquele momento, a voz polida, inconfundível e anasalada de Klaus Meine, que começava a surpreender; e a cozinha competente que acompanhava esses três jovens monstros de Jurgen Rosenthal e Francis Buchholz.
Imediatamente após a gravação, Achim Kirshing deixou a banda. Pouco depois Jürgen Rosenthal deixa a banda para se apresentar ao exército alemão (e posteriormente ingressa na Banda de Rock Progressivo alemã Eloy), Rudy Lenners o substituiu.


Início do sucesso - In Trance (1975) | Virgin Killer (1976) | Take by Force (1977)
No ano seguinte, se envolveram com o produtor alemão Dieter Dierks, com quem trabalharam no seu próximo álbum In Trance, lançado em março de 1975. In Trance foi marcado por sua controversa capa em que aparece uma modelo nua em uma guitarra elétrica. As versões subsequentes foram feitas mostrando o mesmo padrão, embora desta vez, seu corpo estava completamente coberto por sombras. Esta seria a primeira de muitas capas do Scorpions que foram censuradas.
Nos primeiros álbuns, Klaus queria mostrar que tinha vocal, percebemos isso com a primeira faixa do álbum "Dark Lady" e seus vocais estridentes. A canção abre o trabalho da melhor maneira possível, uma paulada respeitável e energética em que Roth brinca de tocar, faz tudo parecer simples e convida para o que viria mais à frente. O terceiro álbum já começa a ter uma cara do que Scorpions iria trazer dali para frente, principalmente com a segunda faixa "In Trance" (o video e de um show em Wacken no ano de 2009, com a particpação de Uli Jon Roth e Michael Schenker, é de arrepiar), minha favorita desse disco, pois começa lenta e torna-se gradativamente explosiva e contagiante.


E as baladas seriam pontos altos nesse disco, onde "Life's Like a River", "Living And Dying" e "Evening Wind" dão um show de feeling de toda a banda, desde o belo vocal de Meine, as guitarras chorosas de Roth e uma condução bem feita.
"Robot Man" é um belo hard, daqueles empolgantes e acelerados onde a banda começa a mostrar que realmente dali para frente eles iriam enveredar para uma tendência de um som mais energético. "Longing for Fire" é ainda mais animada e traz uma vaga lembrança do Rush na fase "Fly By Night", com um baixo bem presente e legal de escutar. "Night Lights" fecha o disco com um instrumental para mostrar o quanto à banda estava entrosada naquele momento e que realmente merecia ser considerada a melhor banda da Alemanha naquele momento.
Este belo registro deu uma nova guinada a carreira dos alemães, tanto que no final do ano de 1975 foram recompensados com sua turnê. Os Scorpions e o KISS foram as duas bandas que mais arrecadaram naquele ano. Um disco intenso e uma aula de toda a banda, mas que confirma que escutar os discos da fase Uli John Roth é algo de outro mundo.
Naquele mesmo ano, foram concedidos o prêmio de "Melhor grupo de Hard Rock ao vivo" por críticos alemães, o álbum também foi o melhor de venda pela RCA no Japão, o que aumentou a popularidade do quinteto.
1975: Francis Buchholz, Klaus Meine, Rudy Lenners,
Uli Roth, Rudolf Schenker
A banda volta ao estúdio para gravar seu quarto álbum, Virgin Killer, lançado em 1976 , que foi muito bem recebido na Europa, ganhando o álbum do ano em vários países do continente, incluindo a Alemanha e seu primeiro disco de ouro no Japão. Tal como a sua capa do álbum anterior, essa também foi censurada porque apareceu uma garota jovem nua.
Na Alemanha, país de origem da banda, até que a capa passou batida, mas ao longo dos anos, muita controvérsia por causa da imagem de uma menina em nu frontal, com um efeito de imagem  "vidro quebrado" ocultando a genitália. Nos Estados Unidos a capa teve de ser substituída por outra com uma imagem da banda. Na edição brasileira, aparece um escorpião caminhando sobre as nádegas de uma mulher. Depois da turnê pelo Reino Unido, o baterista Rudy Lenners deixou a banda por problemas cardíacos, sendo substituído pelo Herman Rarebell.
Apesar de não possuir faixas facilmente identificáveis aos fãs casuais e menos compromissados/conhecedores, este álbum deve ser guardado em um lugar de destaque na coleção de um admirador comprometido com o trabalho da banda. Com hits como "Pictured Life" (minha favorita desse álbum), "Catch Your Train", "Virgin Killer", "Hell Cat" e "Crying Days", mesmo o fã mais recente se sente enfeitiçado com os arranjos de guitarra agora já característicos e nostálgicos. A maior marca da banda, o entusiasmo único que os definia e os separava dos demais conjuntos expoentes e fenômenos da época, brilha durante todas as ondas sonoras desse álbum.
Participação exemplar de todos integrantes, destaques inevitáveis a Uli Roth e Klaus Meine, que já despontavam no último trabalho. Agora mais ainda Klaus se afirma como vocalista versátil, potente e competente.


Já em 1977, com Herman na bateria a banda lançou Taken by Force, trabalho que continuou a demonstrar o sucesso da banda no Japão, ganhando um disco de ouro novamente. A capa do álbum como as anteriores, foi criticada, por haver duas crianças brincando com armas em um cemitério militar. Isto foi considerado um insulto pelos franceses (a foto foi tirada lá) por difundir a guerra. Em edições posteriores, a capa foi mudada para um fundo preto com os membros da banda. Até hoje os membros defendem a proposta do fotógrafo Michael von Gimbut.
O trabalho, produzido pelo onipresente Dieter Dierks, marcou a estreia do baterista Herman Rarebell, figura que se tornaria muito querida pelos fãs com o passar dos anos.
Taken By Force foi provavelmente o último disco a trazer um Scorpions experimental às prateleiras, sem deixar de lado, é claro, a faceta pop que fez a banda explodir no cenário mundial do Hard Rock nos anos 80. Quando falamos dessa época do Scorpions, principalmente a da formação que concebeu esse disco, não há como não destacar a participação de Uli Jon Roth: o homem que inspirou gerações inteiras de heróis da guitarra – de Yngwie Malmsteen a Van Halen – e que também é o guitarrista que melhor exemplifica o subgênero neoclássico do Metal. Além de ter sido tão importante quanto Klaus Meine e Rudolf Schenker, um dos grandes nomes do Scorpions, compôs boa parte das músicas, e até mesmo cantou em algumas faixas entre os anos de 1973 (quando os ajudou a terminar a turnê de seu primeiro disco, Lonesome Crow, após a saída de Michael Schenker) e 1978. O “Mosqueteiro Moderno” tinha um jeito inigualável de tocar, que pode ser conferido em todas as faixas desse álbum – apesar dele próprio curiosamente achar que teve uma péssima performance neste álbum, talvez por já estar desanimado.
Steamrock Fever” abre o disco. Um verdadeiro clássico do Scorpions, ela é sempre lembrada com carinho pelos fãs da banda.


Na sequência temos “We’ll Burn the Sky”, cuja letra, inicialmente um poema, foi parcialmente composta pela então namorada de Uli Jon Roth (Monika Dannemann) em tributo à Jimi Hendrix, ex-namorado dela e um dos ídolos de Roth. Ele devia gostar mesmo do Hendrix, pois foi atrás de Monika após a morte dele .


“I’ve Got To Be Free” mostra o lado mais Estrela do Rock do carismático guitarrista: riffs simples e pegajosos, com a estampa dos anos setenta. “The Riot of Your Time” é uma verdadeira montanha-russa, alternando um violão quase flamenco com levadas bem Rock N’ Roll dos sempre eficientes Francis Buchholz e Herman Rarebell, respectivamente baixista e baterista clássicos da banda.
A faixa que abre o lado B de “Taken By Force” merece um parágrafo especial. “The Sails of Charon” (vejam o clipe e as danças esquisitas de Klaus Meine), a música mais Rainbow não feita pelo Rainbow, é a mais famosa de Uli Jon Roth e é de uma genialidade que só seria vista na sua forma plena após seu criador desenhar uma das guitarras mais legais já produzidas, a Sky Guitar nos anos 80. Para quem não conhece, ela é uma guitarra com 30 trastes que apresenta um design bem diferente.


A sexta música do disco, “Your Light”, também segue por caminhos não muito explorados pelo Scorpions, digamos seja mais tranquila e suave. Em seguida, temos o hino “He’s a Woman, She’s a Man”, que ganharia ainda mais sentido no cenário Hard Rock da década posterior. Uma música sem frescura, com riffs secos e guitarra distorcida.


O disco se encerra com uma balada que com certeza é minha música favorita do disco: "Born to Touch Your Feelings" (DVD MTV Unplugged 2013). Não sei explicar porque exatamente,  mas essa música é bastante emotiva, carregada de riffs e coros que passam uma sensação de tranquilidade.


Este é um disco que dificilmente terá sido um dos primeiros de quem começou a ouvir Scorpions, afinal é inegável o apelo imediato das canções oitentistas da banda que são verdadeiros hinos do Hard Rock. Taken By Force é um álbum que vai conquistando o ouvinte aos poucos. Percebe-se nele uma sutileza, uma busca pela perfeição, que não está presente nos discos posteriores. Não é o disco que você lembra imediatamente quando te perguntam sobre o Scorpions, mas é o disco que volta de novo e de novo à sua mente quando você menos espera. A guitarra transcedental de Uli Jon Roth não deixa escapar da lembrança.
A turnê do disco acabou gerando o lendário ao vivo Tokyo Tapes, na minha opinião uns dos melhores, até o Moment of Glory (2000), do gênero na história do Hard Rock/Heavy Metal. A excursão acabou sendo a última com Uli Jon Roth, que acabou saindo devido ás famigeradas diferenças musicais, basta ver os rumos que sua carreira e a do grupo tomaram posteriormente.
Tokyo Tapes é um álbum duplo gravado em dois dos cinco shows que fizeram em Tóquio.

Japan 1978: Klaus Meine, Uli Roth, Herman Rarebell,
Rudolf Schenker, Francis Buchholz
Gosto muito do Scorpions cantando em japonês a canção "Kojo No Tsuki", composta pelo pianista japonês Taki Rentaro como uma lição de música sem acompanhamento instrumental, em 1901. A canção foi incluída no songbook de estudantes ginasiais. A canção foi inspirada nas ruínas do Castelo de Oka, construído em 1185. As letras foram escritas por Bansui Doi , que veio de Sendai . A letra da canção foi inspirado pelas ruínas do Castelo de Aoba e Castelo de Aizuwakamatsu. O tenor japonês Yoshie Fujiwara popularizou a canção em 1925.


A chegada de Matthias Jabs - Loverdrive (1979) | Animal Magnetism (1980)
Após a saída de Uli Jon Roth, a banda teve de encontrar outro guitarrista para completar as últimas apresentações restantes. Em 1978, a banda colocou um anúncio no "Melody Maker", uma revista de Londres, dizendo o seguinte "Os Scorpions estão procurando um novo guitarrista..." este teve uma resposta positiva atingindo 140 candidatos. Mas a banda não estava convencido de nenhum deles, então Rudolf decidiu chamar um guitarrista de Hannover, Matthias Jabs.
Os Scorpions tinha finalmente encontrado o guitarrista cuja criatividade, virtuosismo e entusiasmo continuava a dar um contributo decisivo para o sucesso do grupo. Com Matthias, a banda alcançou um som ainda mais sólido.” (Eu pude ver isso ao vivo)
Como até mesmo o produtor Dieter Dierks sofreu pressão de diversos executivos do selo RCA para que o álbum fosse completado e pudesse ir para as prateleiras brevemente, a saída de Roth foi também o momento em que os Scorpions romperam com a RCA, tendo seu trabalho divulgado mundialmente pela Harvest/EMI e, como pretendiam ter uma melhor aproximação da América, escolheram a Mercury para divulgação em solo norte americano.
Depois de participar das últimas apresentações da turnê promovendo o álbum Taken by Force, Matthias fazia parte das gravações do disco "Lovedrive", sendo o primeiro álbum da banda em obter disco de ouro nos Estados Unidos e até então se tornando o álbum mais bem sucedido da banda em todo o mundo.
Em Lovedrive o baterista Rarebell não se limita a ajudar os integrantes em relação ao idioma inglês, mas também toma lugar junto a Schenker e/ou Meine para efetivamente compor a letra de algumas músicas.
Como se trata de um disco de estúdio, nada melhor do que uma capa polêmica, então mãos à obra afinal estamos falando dos Scorpions. A figura que ilustra o post foi a capa original do Lovedrive, sendo posteriormente censurada e substituída por uma versão muito mais pobre e simples. Entretanto, a versão original foi premiada como a melhor capa de álbum musical de 1979, pela revista Playboy.
O álbum, repleto de clássicos, começa com ''Loving You Sunday Morning'' com um baita riff, que já marcava as boas vindas do até então novato Mattias Jabs.


O disco conta ainda com a participação de Michael Schencker como guitarra solo nas faixas ''Another Piece of Meat'' e ''Lovedrive'' e guitarra base na faixa ''Coast to Coast''. A segunda faixa ''Another Piece of Meat'' é uma música rápida e intensa, talvez Mattias querendo mostrar trabalho. "Always Somewhere'' é uma balada clássica da banda, com uma melodia simples, a voz de Klauss Meine ganha destaque em seus agudos bem trabalhados. Essa música é tocante, a letra é belíssima, só não chega ser melhor que "Holiday", logo eu conto porque.


"Coast To Coast'' tem um riff marcante, ela se destaca ao ser ouvida em uma primeira ocasião. Seguindo a mesma linha, com um vocal agudo e agressivo de Klauss Meine, "Can't Get Enought'' é acompanhada por uma guitarra pesada ao fundo destacando também a bateria de Herman Rarebell. "Is There Anybody There'' é a mais ''sem educação'' do disco, baladinha de filme, meio Ska, grata surpresa. Sua sucessora no disco nada tem a ver com baladinha, soando bem Hard Rock setentista, "Lovedrive'', ilustra o som do começo da carreira dos alemães e pra fechar, talvez pra deixar tudo calmo a clássica "Holiday'' acompanhada de um belo riff do irmão mais velho dos Schencker, Rudolf.
Já viram marmanjo chorando em um show de Hard Rock, então foi o que aconteceu comigo. Não tenho culpa se é minha música favorita. "Come on Curitibaaaaaaaa..."


Neste mesmo disco tem a volta de Michael Schenker, que participou como guitarrista principal em três das oito músicas. Mas, novamente, ele saiu dizendo que não se sentia confortável a tocar músicas de outros, que o leva a formar sua própria banda, Michael Schenker Group em 1980. Então, definitivamente, a banda contrata Matthias, que em apenas 10 dias teve que aprender todo o repertório da turnê.
Depois de conquistar o mercado musical do Japão, a banda estava pronta para ir para os Estados Unidos, onde Lovedrive ganhou disco de ouro. A primeira apresentação nos Estados Unidos na turnê foi uma apresentação para mais de 50.000 pessoas em um festival na cidade de Cleveland, Ohio, no qual também participaram Aerosmith, AC/DC, Thin Lizzy, Ted Nugent e Journey. A apresentação da banda foi de apenas de 30 minutos. Assim começou a sua primeira turnê no país, abrindo shows para o AC/DC e Ted Nugent. Durante uma apresentação em Chicago, a banda teve seu primeiro show como atração principal.
Em 1980, eles gravaram Animal Magnetism, segundo álbum com Matthias Jabs. O álbum foi lançado em 31 de março desse ano e recebeu reconhecimento alguns anos mais tarde: em 1984 foi disco de ouro e em 1991 de platina. Já na turnê promocional do álbum, também contando com apresentações nos Estados Unidos, mas dessa vez como atração principal, a banda participa do primeiro festival Monsters of Rock, realizado no Reino Unido. Parte desta apresentação foi gravada no álbum ao vivo Teutonic Terror, lançado anos mais tarde.
1979: Francis Buchholz, Herman Rarebell, Klaus Meine,
Matthias Jabs, Rudolf Schenker
"Animal Magnetism", o sétimo álbum de estúdio do Scoprions sofre, vamos chamar assim, da "Síndrome do filho do meio". O azar desse ótimo disco da banda é ter sido lançado justamente entre dois clássicos: "Lovedrive" (1979) e "Blackout" (1982), o que acabou apagando e muito o brilho desse registro de altíssimo bom gosto por parte dos alemães.
A capa da obra, como não poderia deixar de ser, gerou novamente muita polêmica. Porém, desta vez, curiosamente não houve elaboração de capa alternativa e muito menos recall ou acondicionamento em embalagens plásticas da cor preta.
O design da capa é creditado a Storm Thorgerson, trabalhado à partir da ideia inicial do nome do álbum (Animal Magnetism) criado por Rarebell e aceito por todos integrantes do grupo. Storm foi também o criador de algumas capas de álbum do Pink Floyd. Anos mais tarde Rarebell afirmaria não ter gostado do resultado da arte final, apenas do doberman que a seu ver tinha um olhar muito significativo.
"Make It Real" tem aquela inconfundível linha de guitarras "gêmeas" (na verdade, dobradas em estúdio por Jabs) que fazem a nossa alegria desde que o Wishbone Ash inventou, lá no início da década de setenta.



Na sequência, "Don´t Make No Promisses" começa com aquela linha de metal clássico, desembocando em uma hardão bom até o osso.
"Hold Me Tight" – assim como em "Falling in Love" - tem aqueles vocais de Meine que quebram vidraças fácil, fácil. A indefectível balada está lá em "Lady Starlight" (minha favorita desse álbum).
Agora, gostos a parte, "The Zoo" por si só vale uma entrada no "The Rock And Roll Hall Of Fame". Presença certa nos shows da banda, a faixa é crua, "sórdida" no melhor sentido da palavra. O vocal, quase sussurrado em alguns trechos, atinge no refrão, aquele pico que todo mundo conhece. "Animal Magnetism" (a faixa) fecha o disco como uma chave de ouro.


Último disco gravado antes de uma complicada cirurgia de cordas vocais pela qual passou o vocalista Klaus Meine (fato que modificou substancialmente seu timbre de voz), o álbum é um prenúncio ao furacão que viria dois anos depois em "Blackout".
O texto continua da Parte 2 e Parte 3...

Músicas
Lonesome Crow (1972)
"I'm Going Mad"
"It All Depends"
"Leave Me"
"In Search of the Peace of Mind"
"Inheritance"
"Action"
"Lonesome Crow"

Fly to the Rainbow (1974)
"Speedy's Coming"
"They Need a Million"
"Drifting Sun"
"Fly People Fly"
"This Is My Song"  
"Far Away"  
"Fly to the Rainbow"

In Trance (1975)
"Dark Lady"
"In Trance"
"Life's Like a River"
"Top of the Bill"
"Living & Dying"
"Robot Man"
"Evening Wind"
"Sun in My Hand"
"Longing for Fire"
"Night Lights"

Virgin Killer (1976)
"Pictured Life"  
"Catch Your Train"
"In Your Park"
"Backstage Queen"
"Virgin Killer"  
"Hell Cat"
"Crying Days"
"Polar Nights"  
"Yellow Raven"

Taken by Force (1977)
"Steamrock Fever"
"We'll Burn the Sky"
"I've Got to Be Free"
"The Riot of Your Time"
"The Sails Of Charon"
"Your Light"
"He's a Woman – She's a Man"
"Born to Touch Your Feelings"
"Suspender Love"
"Polar Nights"

Lovedrive (1979)
"Loving You Sunday Morning"
"Another Piece of Meat"
"Always Somewhere"
"Coast to Coast"
"Can't Get Enough"
"Is There Anybody There?"
"Lovedrive"
"Holiday"

Animal Magnetism (1980)
"Make It Real"
"Don't Make No Promises (Your Body Can't Keep)"
"Hold Me Tight"
"Twentieth Century Man"
"Lady Starlight"
"Falling in Love"
"Only a Man"
"The Zoo"
"Animal Magnetism"

Fotos dos vinis














Fotos: Diego Kloss
Assistência: Priscilla Kloss Branco
Fonte: http://www.the-scorpions.com/english/

Comentários

  1. Como é que uma postagem irada dessa não tem ainda nenhum comentário? Parabéns pelo trabalho! Muito bom mesmo.

    Tu tem (ou teve) o Lonesome Crow, é? Pra mim esse é o elo perdido do Scorpions. Também tenho vários deles, mas esse primeiro nunca nem vi ao vivo.

    Comecei um blog sobre minha coleção em www.colecaodelps.blogstpot.com.br

    Dá uma olhada e vamos trocar uma ideias.

    E parabéns novamente pelas matérias!
    Abraço.

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  2. Muito bom,realmente é uma das grandes banda de ROCK,parabéns.

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