Discografia 06 | Discografia Scorpions - Parte 2

Álbum: Blackout | Love at First Sting
Ano: 1982 | 1984
Gravadora: Mercury
Gênero: Hard Rock
Álbum: World Wide Live | Savage Amusement
Ano: 1985 | 1988
Gravadora:  Mercury
Gênero: Hard Rock
Álbum: Crazy World | Face the Heat
Ano: 1990 | 1993
Gravadora: Mercury | Polydor
Gênero: Hard Rock
Álbum: Pure Instinct | Eye II Eye 
Ano: 1996 | 1999
Gravadora: EastWest
Gênero: Hard Rock, Rock Experimental
Obs: os álbuns não estão à venda.
A perda da voz de Klaus Meine - Blackout (1982)
Após o grande sucesso do disco anterior e da sua subsequente turnê, a banda voltou para a Alemanha no final de 1981 para gravar seu próximo álbum, Blackout. Durante a gravação deste álbum, o vocalista Klaus Meine teve problemas em suas cordas vocais. Ele não alcançava as notas mais altas e era muito difícil manter o controle, tornando-se tão grave que, às vezes ele era incapaz de falar.
Próximo do natal, após um show na França, Klaus Meine subitamente perde sua voz quase completamente, mal podendo falar, além de sentir muito inchaço em sua garganta.
Blackout World Tour
Levado rapidamente a um especialista é constatada a presença de um pólipo (tipo de cisto) e alguns nódulos que se formaram em suas cordas vocais. Meine passa por duas longas cirurgias nas cordas e em seu período pós-cirúrgico é aconselhado pelo corpo médico que comece a considerar uma nova profissão. Frustrado pelo diagnóstico, Meine decidiu deixar a banda. Rudolf se refere a este assunto desta maneira: "Nunca passou pela nossa mente substituir Klaus, eu disse que iria esperar ele se recuperar, não importando se o disco fosse adiado. Pensarmos em nos separa se Klaus não pudesse continuar, porque ele é fundamental para a banda."
Preocupados com o futuro negro a qual a banda apresentava, a Mercury rapidamente cria uma compilação para venda exclusiva na Alemanha intitulada Rock Galaxy (Galáxia do Rock) combinando em um único álbum o segundo e o terceiro trabalho dos alemães, Fly to the Rainbow e In Trance, respectivamente.
Klaus Meine, ainda na fase pós-operatória, se limita a repousar e participar de alguns eventos de rock, apenas como espectador obviamente. Sua auto-estima se encontrava severamente debilitada já que a imprensa já o havia ‘aposentado’.
Na maré contrária, o selo Mercury pressionava os outros integrantes para que o trabalho de estúdio e gravações do próximo álbum se iniciassem o mais breve possível. Dieter Dierks mais uma vez se mostrou peça chave nas negociações, evitando atritos entre os músicos e os executivos, ao mesmo tempo em que procurava atender a ambos.
Dias antes do Natal de 1980, Klaus começa uma viagem de repouso pelo interior da Alemanha e próximo ao fim do mesmo ano, Michael Schenker recebe a pior notícia de toda a sua carreira: uma carta manuscrita por Meine, colocando-se fora do caminho dos Scorpions para que estes escolhessem um novo vocalista.
Piorando a situação, Dierks traz a todos o ultimato dos executivos no início de Fevereiro de 1981: primeiras gravações ou rescisão contratual. Assim como uma família em luto, os alemães do Heavy Metal voltam suas atenções para um novo trabalho, chamando Don Dokken para cumprir a gigantesca lacuna deixada por Klaus. Nascido em Los Angeles, EUA, Don era apenas um vocalista expoente que estava trabalhando na Alemanha no exato momento em que os alemães de Hanover precisaram de ajuda.
Klaus retorna de suas férias indesejadas e se depara com inúmeras cartas de apoio, enviadas por fãs, amigos de longa data e mais uma correspondência especial, escrita por uma ex-namorada que vivia atualmente na Alemanha Oriental, onde lhe desejava melhoras e que nunca abandonasse seus sonhos. Um estalo surge à mente de Meine: ele poderia talvez ajudar nas turnês dos Scorpions.
Com esta injeção de ânimo, começa a procurar auxílio médico para que voltasse à condição inicial de conseguir manter uma conversação sem maiores complicações. Algumas consultas insatisfatórias até que surgem alguns pareceres adeptos a que inicie um treinamento para se acostumar a usar as cordas vocais e quem sabe evoluir ainda mais.
Enquanto isso, os Scorpions não podem parar. Eles gravam com Don Dokken nos vocais os primeiros demos das músicas que figurariam no novo álbum.
Motivado pelo apoio de seus companheiros, Meine decidiu visitar outros especialistas no campo. Ele foi para a Áustria, onde começou o tratamento com um médico dedicado a cantores de ópera. Depois de duas bem sucedidas cirurgias um longo treinamento de voz, Klaus ficou recuperado.
Treinos, exercícios exaustivos e a pura e famosa dedicação alemã trouxeram o virtuoso vocalista original dos Scorpions de volta à velha forma, inacreditavelmente, no parecer clínico e, milagrosamente, no parecer dos fãs. Mais do que isso, apesar de perder alguma parte de seu nível de agudos, voltou para a gravação do álbum com uma voz cristalina e uma gama muito maior vocal e que até um crítico da revista Rolling Stone disse: "Agora foi dado a Klaus uma voz de metal." Apesar de não possuir mais aqueles gritos estridentes, Meine agora estava com uma voz mais cadenciada.
Então, finalmente, lançaram em 1982 o álbum Blackout, que ficou em 10º lugar na Billboard Hot 100, além de receber disco de platina. Também foi premiado o "Melhor Álbum de Hard Rock do Ano" no país. O single "No One Like You" ficou em 1º na Mainstream Rock, tornando-se o primeiro e único single da banda a atingir tal posição.
A primeira faixa "Blackout" possui  uma guitarra base forte e um trabalho de segunda guitarra perfeito, sem que a música fique muito carregada ou suja, uma levada rápida, crua, contundente e visceral, um solo rápido bem construído, um vocal agressivo e um refrão poderosíssimo. É sem dúvida um dos grandes clássicos, com gritos estridentes de Meine e o som de vidros quebrando termina uma faixa de tirar o fôlego.


Em seguida vem "Can't live without you", embora menos rápida que "Blackout" e com elementos que puxam mais para o Hard Rock, com o refrão pegajoso, um monte de firulas na guitarra, um riff empolgante e aquela levada lúdica, consegue ainda sim ser uma porrada nos ouvidos. Klaus mantém seu vocal forte e estridente, e Jabs destila um sem-número de excelentes licks de guitarra, usando desde fraseados rápidos com tapping à Eddie Van Halen, até algumas frases de blues.
A terceira faixa foi o grande hit radiofônico desde álbum, "No one like you" (minha faixa favorita do álbum) saiu como single, ocupou o topo das paradas e deu origem a um daqueles clipes clássicos dos anos 80. Essa canção é uma legítima power balad, bem adeqüada ao Hard Rock oitentista, com um refrão forte, do tipo que o Scorpions explorou muito e o fez com competência. "No one like you" consegue ser palatável sem deixar de ter peso e de ser uma ótima canção.


Sucede a "No one like you" outra powerbalad: "You give me all I need". Co-escrita pelo baterista Herman Rarebell, um baixo pulsante, o uso constante de violão, refrão pegajoso e viradas de bateria bastante originais constroem uma faixa extremamente empolgante e sem excessos.
Depois de duas músicas mais leves, a banda detona "Now!", um petardo de 2 minutos e meio, rápido, muito cru, direto e pesado. Klaus Meine canta como um animal, judiando de seu privilegiado gogó. A cozinha conduz a música muito bem, em especial Francis Buchholz, que nos brinda com uma das melhores linhas de baixo do disco.
Antes que possamos recobrar o folêgo por "Now!", vem "Dynamite", outra pedrada (com o dobro da duração), tanto lírica quando musicalmente. Klaus Meine continua exigindo o máximo da voz e Rudolf Schenker nos dá outro grande riff de guitarra. Matthias Jabs arregaça tudo com um dos melhores solos do álbum, o momento máximo, mais intenso e pesado do disco.
Depois vem "Arizona", uma faixa leve, inócua e divertida, com um riff empolgante, bem típica do Hard Rock oitentista.
"China white" é uma faixa lenta, longa, sombria, pesada e de temática escatológica, que lembra muito Black Sabbath. Os riffs, as linhas vocais, os back vocals plangentes, a levada vagarosa e todos os elementos da música se concatenam formando uma música soturna e contundente. Os vocais de Klaus Meine são um ponto de destaque.
Para fechar o álbum, temos a característica balada "When the smoke is going down". Depois de todo aquele peso, nada melhor que uma faixa calma para encerrar tudo. A suavidade da música cai muito bem e encerra muito competentemente esse grande registro.


Depois do sucesso mundial do registo, parte da turnê pelos Estados Unidos, onde tocaram com o Iron Maiden como artista convidado. Em maio de 1983 a banda foi convidada para atuar no US Festival na Califórnia, juntamente com as bandas Quiet Riot, Judas Priest, Van Halen, Triumph e Ozzy Osbourne, com mais de 325.000 pessoas. Com este álbum começam dois anos de sucesso nos maiores festivais do mundo.

O sucesso internacional - Love at First Sting (1984) | Savage Amusement (1989)
Aproveitando o sucesso do trabalho anterior, contando com a mesma sólida formação e com a bênção de terem novamente a potente voz de Klaus Meine de volta, os Scorpions usam praticamente todo o ano de 1983 para criar meticulosamente sua mais nova obra de estúdio: Love at First Sting. Álbum lançado em março de 1984, ganhou platina tripla nos Estados Unidos, além de conter alguns de seus maiores sucessos, como "Rock You Like a Hurricane", uma canção que ficaria 26 semanas na Billboard Hot 100 e da revista Rolling Stone. Também se destaca a canção "Still Loving You"expoente fundamental do estilo de balada que só na França vendeu 1.700.000 cópias, conseguindo certificação de platina poucos dias após o seu lançamento no país. Outras músicas, como "Bad Boys Running Wild" e " Big City Nights " tiveram boa recepção dos fãs, transformando-as em clássicos do Heavy Metal e Hard Rock. Também durante este período os discos Animal Magnetism, Blackout e Love at First Sting ficavam no topo das tabelas de todo o mundo.

Love At First Sting Tour Crew

Mais uma vez a capa do álbum polemizava ao trazer a foto de um homem abraçado a uma mulher, beijando-a ao mesmo tempo em que a tatua. Assim como diversos outros trabalhos dos alemães, este também contou com uma versão alternativa pois o trabalho teve a venda recusada em alguns mercados (EUA à princípio).
A versão alternativa trazia apenas os integrantes da banda em uma foto preto e branco sem muitos atrativos e que na verdade ilustrava o interior da versão original.
Este foi o primeiro álbum dos Scorpions gravado nos estúdios Dierks, de propriedade do produtor de longa data Dieter Dierks, em Colônia na Alemanha. Foi neste mesmo local, durante uma das gravações do Love at First Sting que os integrantes da banda preencheram uma solicitação oficial endereçada a Erich Honecker, autoridade máxima e líder da Alemanha Oriental (socialista), para a realização de alguns shows do outro lado do Muro de Berlim. Dieter Dierks enviaria a solicitação através dos precários meios diplomáticos cabíveis à época.
O Love at First Sting é considerado por muitos o melhor disco de todos os tempos dos Scorpions, meu favorito.
Abrindo o álbum com força total, já na primeira faixa “Bad Boys Running Wild” pode-se perceber um excelente riff onde todos dizem: “Isso é Scorpions!” e é nesse estilo que a banda continua durante a música inteira, excelente solo de guitarra, um refrão que gruda na sua cabeça, é um clássico que sempre agita os shows da banda, a letra pode ser considerada uma metáfora usada com animais, para momentos insanos, de selvageria, fazendo o ouvinte querendo pular logo na primeira faixa.


Rock You Like a Hurricane” é a música de maior sucesso da banda, é só soar as primeiras notas de seu poderoso riff, que todo mundo já sabe que é o clássico da banda. Tudo é perfeito, a banda, os vocais, a letra e o solo, até quem não gosta muito de Rock balança a cabeça acompanhando o ritmo. Mais tarde foi feito uma outra versão da música pela banda “Hurricane 2000“, para o show em que a banda foi acompanhada pela orquestra filarmônica de Berlim (Moment of Glory) e mais tarde, “Hurricane 2001″ para o seu show acústico (Acoustica). A música foi considerada como uma das melhores 40 do metal pelo canal de música VH1.


Seguindo a mesma pegada das duas anteriores, a terceira faixa “I’m Leaving You” começa com um pesado riff e um solo de introdução, mas fica mais melódica do que as outras, com uma pegada um pouco mais parecida com “No One Like You” do álbum anterior “Blackout”. Possui passagens de guitarra “limpa”,  mantendo o peso e a distorção nas horas certas, seguindo as características do álbum, tem um grande solo de guitarra.


A primeira balada do álbum, “Coming Home”, tem um início melancólico com a voz de Klaus Meine soando perfeitamente, até que a música ganha peso e mostra o que é o Scorpions agressivo: riffs simples e cativantes, que só de soar 3 acordes todos já sabem que se trata dos alemães. A música conta a dura e difícil vida na estrada durante as turnês, mas que tudo vale a pena pelo Rock n’ Roll e que voltar ao palco é como “Ir para casa” de tanto prazer que eles tem por tocar para um público animado.


Com uma introdução barulhenta e bacana, “The Same Thrill” tem a proposta de divertir, e faz isso com louvor, com uma pegada bem rápida (beirando o Punk Rock) e solos rápidos com muita técnica, é provavelmente a música de mais peso do álbum, com vocais agitados bem diferente do jeito tradicional de Klaus cantar, a música é uma pedida bangear (Ou se sacudir, o termo que você preferir) até cansar. A letra lembra coisas feitas pelo ACDC, com direito até a coros de “Like Rock n’ roll” no refrão, uma coisa que não é muito bem a cara do Scorpions. A letra é descompromissada e fala que não há nenhuma emoção como o Rock n’ Roll, é bem diferente das músicas do resto do álbum, mas diverte o ouvinte até seus minutos finais.
Um dos riffs mais memoráveis da banda está em "Big City Nights", um clássico absoluto, lançada também como single do álbum, tem uma enorme energia e é tocada em praticamente todas as turnês desde o seu lançamento, sendo uma das faixas que mais empolga os fãs da banda. A música trata de como as cidades grandes não param durante a noite e ficam ainda mais agitadas. Clássico mais do que recomendado, "Big City Nights" é um dos pontos mais altos do álbum.


A banda continua com força total, “As Soon as the Good Times Roll” possui uma letra totalmente zen, que diz que as coisas ruins vão embora e as boas vem, para que continue tentando não importe o que aconteça, que em breve as coisas boas irão chegar. O riff principal chega a ser meio cansativo, lembrando de longe uma pegada mais reggae, porém o instrumental durante refrão empolga e mostra a banda dos clássicos deste álbum.
Introdução na percussão que nos lembra uma marcha do exército, “Crossfire” é uma faixa que ao longo de seus versos fala sobre a guerra fria e o medo do que ela poderia causar e que a paz mundial era a prioridade no momento. Destaque principal fica por conta da parada do instrumental e vocal e apenas ao fundo fica a bateria, com a batida de marcha, essa passagem é bem semelhante a algo que o Iron Maiden fazia na década de 80, principalmente seus “solos”, é uma faixa bem marcante, uma das melhores letras do Scorpions.
Dizem que fechar o álbum com uma balada não é bom, que tira o pique do ouvinte, que é comercial demais, mas tudo bem, tudo isso é deixado de lado pois estamos falando de “Still Loving You” minha canção favorita do álbum, uma das músicas de maior sucesso da banda. A letra não é lá das mais brilhantes já compostas por Klaus Meine, até com um excesso de repetição de palavras e um certo apelo comercial, mas somado ao estilo de Klaus cantar essa música e os arranjos feitos por Schenker, soam quase perfeitos juntos, uma das melhores músicas da história do Rock com certeza, o guitarrista já concedeu uma entrevista onde disse que a música tratava de um grande amor onde há percepções de que pode acabar, mas sempre tentar de novo. A música também foi interpretada como uma metáfora para a divisão da Alemanha Oriental/Ocidental nos versos “Your pride has built a wall, so strong/That I can’t get through/Is there really no chance/ To start once again” (“Seu orgulho construiu uma barreira, tão forte,/Que não consigo atravessar/Não existe realmente nenhuma chance/ Para recomeçarmos novamente?”) Em uma clara alusão ao Muro de Berlim, que seria derrubado 6 anos mais tarde, em 1990 e seria tema de outro grande sucesso do Scorpions, “Winds of Change”. A música também atingiu um enorme sucesso no Brasil ao participar da novela global “Corpo a Corpo”, fazendo com que não apenas rockeiros admirassem a música, mas uma grande quantidade de pessoas que não conheciam a banda também. Foram tocadas várias versões da música por outras bandas, sendo uma das mais famosas a versão que a banda finlandesa de power metal “Sonata Arctica” fez.
Love At First Sting se encerra da melhor maneira possível e após o término de seus curtos 40 minutos, fica a certeza que é um dos melhores álbuns do rock já feitos e da música em si, e só nos deixa a certeza que não aparecerá tão cedo outra banda igual ao Scorpions durante muito tempo.
Após o lançamento do álbum, eles partem em turnê promovendo o álbum por pouco mais de três anos que o levaram ao redor do mundo e transformou-se em uma das turnês mais bem-sucedidas e contou com artistas convidados, como Bon Jovi e Fastway na América do Norte e Joan Jett na Europa. Nesta turnê, a banda tocou três noites consecutivas no Madison Square Garden, em Nova York, sendo a primeira banda alemã a realizar essa proeza, com mais de 60.000 pessoas no total. Também enche as três noites consecutivas o "Verizon" Rosemont em Rosemont, Chicago e é também a única banda a fazer isso.
Em 1985, o Scorpions visita pela primeira vez o Brasil, no intuito de participar do festival Rock in Rio, ao lado de bandas como AC/DC, Whitesnake, Iron Maiden, Queen e Ozzy Osbourne. Foi a dessa turnê que rendeu o segundo álbum ao vivo do Scorpions, o World Wide Live, cujo o repertório foi todo baseado nos quatro últimos álbuns de estúdio da banda na época e foi lançado em 1985. Este material ficou 52 semanas nas paradas de todo o mundo e logo depois a banda faz uma pausa de dois meses. Entre o intervalo em 1987 , liderando um festival na capital húngara, Budapeste, entrando primeira vez no bloco comunista.
Mais tarde, em 1988 foi lançado Savage Amusement, o último álbum produzido por Dieter Dierks e ficou em primeiro lugar na Europa e quinto nos Estados Unidos. Este álbum conseguiu um verdadeiro sucesso com a música "Rhythm of Love", que ficou em 6º na Mainstream Rock Tracks.

US-Festival 1983 in San Bernadino/California

"Don't Stop At The Top" começa o disco de maneira energética e com uma letra um pouco estranha, com riffs pra tudo que é lado. "Passion Rules The Game" continua a investir nos riffs e é um dos pontos altos do disco, uma canção que foi escrita para agitar arenas ao redor do mundo.


"Media Overkill" é oitentista até o osso, com a presença forte de um talk box, que envolve e vai arrancar lágrimas de quem curte um Hard meloso. Depois temos "Walking on the Edge, com um refrão e ritmo empolgantes.  "We Let It Rock... You Let It Roll" mostra que eles não haviam esquecido de fazer aquele Hard mais acelerado, que sempre foi uma das principais características de sua extensa carreira. Na sequência, "Every Minute Ervery Day"  marcado pela bateria e "Love On The Run", que acelera tudo ao quadrado em mais um hardão energético.
Mas como sempre podemos esperar em um disco desses alemães formadores de caráter, temos as sempre presentes baladas. "Rhythm Of Love" (minha favorita do álbum) é uma power ballad das boas e que foi um dos grandes sucessos deste disco. Mas na minha opinião, "Believe In Love" fecha o disco com chave de ouro, pois é uma daquelas baladas em que Klaus Meine detona com suas emocionais interpretações e faz o melhor uso possível de seu privilegiado vocal.


Durante a turnê, a banda visita a União Soviética, sendo o primeiro grupo na história do rock a entrar neste país, ainda dominado pelo regime comunista. Essa turnê originalmente continha 10 apresentações em São Petersburgo e em mais 8 na URSS, este último sendo forçado a ser cancelado pelas autoridades comunistas depois da euforia da juventude soviética. Mas os dez shows foram um sucesso em San Petersburgo, na qual tocaram perante 350.000 fãs. A banda lançou um vídeo chamado "To Russia With Love", que foi capturado na história destes concertos. (confira a primeira parte)


Uma vez que as barreiras quebradas por Scorpions em 1989, a banda convidou vários grupos para organizar em conjunto com as autoridades comunistas, um festival para a paz na URSS, o Moscow Music Peace Festival, em que tocaram Ozzy Osbourne, Bon Jovi, Skid Row, Mötley Crüe, Cinderella, entre outros que aparecem no Estádio antes de 260.000 pessoas. Em sua estadia na União Soviética, Klaus se inspirou para compor um dos maiores sucessos da banda: "Wind of Change", escrita em setembro, dois meses antes da queda do Muro de Berlim.

Crazy World (1990)
No início da nova década, gravam Crazy World, álbum co-produzido com Keith Olsen, em Los Angeles, Califórnia e lançado no final de 1990. Este trabalho demonstrou um Hard Rock dos anos 80, mas com um som evoluído e melhorado. Até agora foi o álbum mais bem sucedido da banda, sendo platina dupla nos Estados Unidos.
Neste álbum inclui "Wind of Change" (música favorita do álbum), inspirada nas mudanças político-sociais ocorridas no Leste Europeu e também no fim da Guerra Fria, a música conseguiu ficar em primeiro lugar em onze países e foi premiada com o Prêmio ASCAP em 1992, sendo a canção mais tocada no mundo em 1991, ano de lançamento como single. Também ganhou disco de ouro nos Estados Unidos ao vender mais de 500.000 copias. Até 2009, as vendas desse single em todo mundo foi em mais de 14 milhões. Após o sucesso do álbum e, especialmente, de "Wind of Change" em 1991, são convidados por um fã de destaque, Mikhail Gorbachev, líder soviético na época, para tocar a canção na praça do Kremlin, sendo um evento único na história da ex-URSS e também da história do Rock.


Moscow 1989
Em 21 de julho de 1990 foram convidados a participar no espetáculo do ex Pink Floyd Roger Waters, "The Wall", tocando a música de abertura "In the Flesh?" que foi gravado no disco The Wall Live in Berlin. Em 1992 a banda ganhou o "World Music Award" para a "banda mais bem sucedida da Alemanha." Mas depois de tanto sucesso e depois da turnê a banda sofreu a saída de um dos seus baixistas mais importantes, Francis Buchholz por razões pessoais. Em seu lugar vem o também alemão Ralph Rieckermann por recomendação do baterista Herman Rerebell.
Como o resultado final do último trabalho, em Savage Amusement não havia agradado muito, inclusive à própria banda, os Scorpions se separam de seu ‘sexto integrante’ Dieter Dierks, há longa data a cargo das produções de suas obras.
Para o Crazy World, decidem fazê-lo eles mesmos, apenas com alguma ajuda e consultoria do americano Keith Olsen, um dos mais bem sucedidos produtores da indústria fonográfica mundial. Os demos e gravações são todos realizados em Los Angeles, EUA.
Um som mais pesado, não tão regrado, mas mesmo sendo Heavy consegue manter a margem melódica que tanto os popularizou. Além disso, este trabalho contou com praticamente duas das melhores baladas da banda em toda a sua história: "Wind of Change" e "Send Me an Angel".


Wind of Change dispensa maiores apresentações, entretanto, muitos passam desapercebidos por referências à cidade de Moscou na letra da música (talvez por sua melodia contagiante) portanto, procure se atentar:
I follow the Moskva
Down to Gorky Park
Listening to the wind of change…
Moskva é o nome de um rio que corre por Moscou (a cidade e o rio possuem o mesmo nome, em russo) e Gorky Park é o nome de um tradicional parque de diversões, às margens do rio.
Destque também para "Hit Between the Eyes", música tocada nos créditos finais do filme Freejack (Freejack – Os Imortais) de 1992, com Mick Jagger, Rene Russo e Anthony Hopkins.
Além de "Tease  Me Please Me", outro clássico dos shows dos Scorpions, e os hardões "Don´t Believe Her",  "To be With You in Heaven",  "Money and Fame" e "Crazy World".

Face the Heat (1993) | Pure Instinct (1996) e Eye II Eye (1999)
Em 1993 a banda lançou Face the Heat, co-produzido por Bruce Fairbairn, foi considerado um dos mais pesados ​​álbuns Scorpions, não só nesta década, mas em sua história.
Muitos criticam o álbum dizendo que o Scorpions fugiu do foco e produziu algo bem distante do Hard Rock oitentista para produziu algo mais pesado e comercial. Mas aquilo que sempre falo, nunca devemos chamar um disco de muito comercial, pois  o objetivo de qualquer banda é vender o disco. Todo mundo fala o mesmo do Álbum preto do Metallica ou do Back in Black do ACDC, mas não concordo quando dizem que muito comercial ou não. Isso para não existe, Rock N´Roll é Rock N´Roll, ele é bom ou ruim e ponto final.
Enfim,  Face the Heat, foi o primeiro álbum do Scorpions a que eu tive acesso nos meus 8 anos de idade, depois é claro de já ter ouvido "Wind of Change" sem saber que era Scorpions. O álbum começa com "Alien Nation", um hardão pesado e carregado, com riffs alucinantes.


 "No Pain no Gain" é outro clássico da banda, aparece na maioria dos shows, usada na campanha da seleção da Alemanha na Copa de 1994, nos Estados Unidos, o refrão fica grudado na cabeça, assim como em "Someone to Touch" e "Unholy Alliance".


"Under Same Sun" é minha música favorita do Scorpions, é aquela que eu canto a plenos pulmões e, apesar de não ser um clássico tocada nos shows e uma canção belíssima, com melodia e letra perfeitas.


"Taxman Woman", possui uma bateria bem marcada e constante, a música chega a ser um pouco enjoativa.
"Woman" aquela balada um pouco mais dramática, mas não melosa, com riffs e arranjos bem marcados numa levada meio Blues Rock, destaque também para os gritos de Meine e para os solos de Jabs.


Hardão simples e sem firulas em  "Hate To Be Nice", "Ship Of Fools", "Nightmare Avenue"
E para finalizar, a balada "Lonely Nights".
Não podia deixar esse vídeo de lado, Scorpions do Faustão em 1994,"Quem sabe faz a vivo!".


Seguindo causas políticas e sociais, o Scorpions posteriormente lançou a belíssima "White Dove", uma canção destinada a apoiar a Unicef​​, em prol dos refugiados da guerra civil na Ruanda.


Depois da turnê, voltaram a receber o prêmio World Music Award em 1994 . Durante aquele mesmo ano, a banda foi convidada por Priscilla Presley, Lisa Marie Presley e Michael Jackson para participar do show comemorativo em memória de Elvis Presley em Memphis, Tennessee tocando a música"His Latest Flame".
Após uma pausa de alguns meses, a banda lança o terceiro álbum ao vivo, Live Bites em 1995, que obteve pouca recepção popular, provavelmente por causa do aumento do grunge. A performance foi documentada entre 1988 e 1994, nos shows de Leningrado (Russia), São Francisco (EUA), Cidade do México (México), Munique e Berlim (Alemanha).  O período das gravações conseguiu capturar os Scorpions em sua performance máxima, tocando em concertos memoráveis em várias partes do mundo.Como parece que a banda vinha perdendo a capacidade de tanto construir como tocar de forma contagiante e consistente os novos trabalhos, o Live Bites aposta corretamente em músicas e sucessos claros e consagrados. E ainda com os “concertos políticos” como ficaram famosos os shows ‘vermelhos’ da União Soviética.
1993: Herman Rarebell, Ralph Rieckermann,
Klaus Meine, Rudolf Schenker, Matthias Jabs
Desde o começo muito forte com Tease Me Please Me até Wind of Change ao vivo em Berlim com direito a explicação de Klaus sobre a inspiração que criou a música. No ano seguinte, o baterista Herman Rarebell sai da banda para se dedicar à criação de uma nova produtora e selo musical.
Durante o mesmo período a banda retorna ao estúdio e grava "Pure Instinct" com o baterista de sessão Curt Cress. A banda entrou num período de experimentação que aparentemente fez muito bem, mas não agradável para os seus fãs ao redor do mundo, uma vez que não foi bem recebido devido à mudança musical e não foi bem sucedido quanto suas gravações anteriores, embora houvesse discos de ouro e platina em alguns países.
Durante a turnê do álbum, a banda se tornou o primeiro grupo internacional a tocar em Beirute, Líbano. Depois da partida de Herman, o gerente da banda pediu que admitissem o jovem baterista americano James Kottak, inicialmente para a turnê promocional, mas a banda o contratou como um membro ativo, tornando-se o primeiro "não-alemão" a entrar a banda.
Mais uma vez, eis que surge uma capa de álbum polêmica para agitar as paradas dos alemães. Devido à nudez presente na capa original uma versão alternativa foi preparada para dar continuidade às vendas.
A década de 90 não era uma boa época para o Hard Rock. Frente a esta situação a reação do Scorpions foi drástica: continuar fazendo um Hard Rock puríssimo. "Pure Instinct" é um disco que realmente não chamou muita atenção e nem foi aquele sucesso de vendas, também não possui nenhum mega-hit. Porém, analisando com cuidado, nota-se o puro Hard Rock, aquele som descompromissado com as tendências de sua época, que tem como característica riffs marcantes, os solos alucinantes na guitarra e os refrãos grudentos do vocal.
"Wild Child" abre o álbum com um soco no meio da cara, com direito à introdução feita por gaitas escocesas, mas logo elas dão lugar às guitarras distorcidas num Hard Rock muito empolgante.


Nesse estilo aparecem ainda "But The Best For You" (um pouco mais calma que a primeira), "Stone In My Show" (uma músuica mais alegre) e "Oh Girl (I Wanna Be With You)" (mais lenta com um refrão grudento). Temos umas m´suicas mais suaves que não chegam a ser baladas, mas são boa de ouvir por serem bem tranquilas como "Soul Behind the Face"
Ainda temos a baladas melosase dramáticas "Are You The One" e "When You Came Into My Life" , digo isso, pela expressão e voz de Klaus Meine. Também as embaladas e tranquilas "Where the River Flows" e "Time Will Call Your Name".
 Indo para as baladas, temos várias nesse disco: "Does Anyone Know" e "You And I" são exemplos, sendo a última o maior sucesso do disco. Temos algumas músicas com um clima meio "cigano", bem embaladas ao som do violão.



O álbum fecha com "She's Knocking At My Door" com incrível solo de Mathias Jabs.
Em 1999 foi lançado Eye II Eye, um álbum que tem mais pop e sons eletrônicos, o que se afastou dos clássicos do Scorpions.
A capa do álbum Eye II Eye marcou pela mudança de imagem da banda pois apenas os membros fundadores do grupo (Schenker, Meine e Jabs) são exibidos. Na verdade aqui cabe um parênteses: Jabs entrou apenas para completar o que seria o trio principal porém como todos bem sabemos ele não participou desde o início na já longínqua década de 70.
1999: Rudolf Schenker, Ralph Rieckermann,
Klaus Meine, James Kottak,Matthias Jabs
Muitos criticam esse álbum, mas eu penso diferente. Como o Hard Rock estava em baixa a banda buscou inserir nas músicas alguns elementos eletrônicos, fazendo alguns arranjos diferentes e carregados de efeitos. O álbum seria algo bem experimental e alterbativo, numa tentativa de certo modo frustrada, de se adwuar as tendências do mercado da músíca.

Fãs do heavy rock e fiéis ao estilo, a rigor não vão encontrar nada que lhe agrade aos ouvidos neste álbum salvo alguns meros trechos de poucas faixas.
Já fãs de pop ou que tenham alguma simpatia por gêneros um pouco mais flexíveis podem aproveitar o Eye II Eye como uma viagem.
Independente de qual parágrafo acima você se encaixa, não há como discordar de que os Scorpions foram neste trabalho extremamente versáteis e criativos, algo que há muitos anos não se via mais no grupo. E esta facete merece ser reconhecida ao se avaliar o trabalho.
Algumas faixas soaram bem estranhas, e é notável que a voz de Klaus Meine ficou bem suave em todo o álbum, como a faixa de abertura "Mysterious"  e também em "10 Lights Years Away", "Eye to Eye" (batida bem suave) e "Skywriter"


O clip de "To Be No. 1", o primeiro single europeu do álbum, traz em suas cenas diversas alusões a Monica Lewinsky, pivô do escândalo presidencial envolvendo o presidente americano Bill Clinton, em uma tentativa não muito bem sucedida de ganhar a atenção da mídia. A canção foi número 1 mais de nove semanas consecutivas no Japão. ​​Com essa produção, como parte da turnê, foram convidados por Michael Jackson, para se apresentarem no evento beneficente Michael Jackson & Friends em Munique, Alemanha.


Algo mais próximo do Hard Rock em é perceptível em "Mind Like a Tree", "Yellow Butterfly", "Freshly Squeezed", "Priscilla" e "Aleyah".
Temos as baladas sussurradas por Klaus Meine "What U Give U Get Back" e "Obssession" (minha m´suica favorita desse álbum).
Também é muito interessante ouvir a primeira música em alemão do Scorpions, com umas partes meio Rap, "Du Bist So Schmutzig".
Unanimidade entre todas as tribos fica a balada "Moment in a Million Years", esta sim, tem gênero, número e grau característicos dos Scorpions que gregos e troianos estão acostumados a reconhecer a aplaudir.
No mesmo ano a banda foi convidada a tocar "Wind of Change", no Portão de Brandemburgo, para comemorar os 10 anos da demolição do Muro de Berlim.
Leia também a Parte 1 e Parte 3...

Músicas
Blackout (1982)
"Blackout"
"Can't Live Without You"
"No One Like You"
"You Give Me All I Need"
"Now!"
"Dynamite"
"Arizona"
"China White"
"When the Smoke Is Going Down"

Love at First Sting (1984)
"Bad Boys Running Wild"  
"Rock You Like a Hurricane"
"I'm Leaving You"
"Coming Home"
"The Same Thrill"
"Big City Nights"
"As Soon as the Good Times Roll"
"Crossfire"
"Still Loving You

Savage Amusement (1988)
"Don't Stop At The Top"
"Rhythm of Love"
"Passion Rules The Game"
"Media Overkill"
"Walking On The Edge"
"We Let It Rock...You Let It Roll"
"Every Minute Every Day"
"Love On The Run"
"Believe In Love"

Crazy World (1990)
"Tease Me Please Me"
"Don't Believe Her"
"To Be with You in Heaven"
"Wind of Change"
"Restless Nights"
"Lust or Love"
"Kicks After Six"
"Hit Between the Eyes"
"Money and Fame"
"Crazy World"
"Send Me an Angel"

Face the Heat (1993)
"Alien Nation"
"No Pain No Gain"
"Someone to Touch"
"Under the Same Sun"
"Unholy Alliance"
"Woman"
"Hate to Be Nice"
"Taxman Woman"
"Ship of Fools"
"Nightmare Avenue"
"Lonely Nights"
"Destiny" (faixa bónus na versão Europeia)
"Daddy's Girl" (faixa bónus na versão Europeia)
"Kami O Shin Juru" (faixa bónus na versão da Ásia)
"(Marie's the Name) His Latest Flame" (faixa escondida na edição dos estados Unidos)

Pure Instinct (1996)
"Wild Child"
"But The Best For You"
"Does Anyone Know"
"Stone In My Shoe"
"Soul Behind The Face"
"Oh Girl (I Wanna Be With You)"
"When You Came Into My Life"
"Where The River Flows"
"Time Will Call Your Name"
"You And I"
"Are You The One?"
"She's Knocking At My Door" (Apenas no Japão)

Eye II Eye (1999)
"Mysterious"
"To Be No. 1"
"Obsession"
"10 Light Years Away"
"Mind Like a Tree"
"Eye To Eye"
"What U Give U Get Back"
"Skywriter"
"Yellow Butterfly"
"Freshly Squeezed"
"Priscilla"
"Du Bist So Schmutzig"
"Aleyah"
"A Moment in a Million Years"

Fotos dos vinis















Foto: Diego Kloss
Assistência: Priscilla Kloss Branco

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